Deito-me na cama
Sinto um vazio em mim
Um vazio tão profundo
Que não consigo eliminar
Esta angustia que sinto
É o fruto duma ansiedade que não tem fim
Olho para a noite que me cerca
E sonho ser uma das estrelas que se escondem na imensidão do Universo
Oh alma maldita!
Porque me fazes pensar assim?
Quem me dera não pensar!
Quem me dera ser um mero animal
Que se limita a viver instintivamente
Oh instinto invejável!
Então penso nos dias de outrora
Em que eu era feliz
Em que acordava de manhã
E sentia o vento na minha face
Como sinal de esperança
Ouvia os gemidos da Natureza
Que me lembravam da minha existência
E sentia o aroma de campos floridos
Que belos tempos!
Que nunca mais esquecerei…
Espreito pela janela do meu quarto
E vejo um mundo que não tem fim
Olho para o céu
E vejo o caos que é ordem
Ou a ordem que é o caos…
Não sei o que dizer
Mas o sono vem
Vem, vem, vem…
Ubirajara Piatã
Sem comentários:
Enviar um comentário