terça-feira, 31 de maio de 2011

Plastik

Plastik

É assim que a palavra está escrita: Com "k" e a cor vermelha.
Se uns pensarão que bonito, que estético, que agradável, que diferente. ai, é tão lindo!, a outra corja de inocentes vai pensar estritamente o oposto que caralhada, que conice, que brejeiro. tem mesmo ar de acidente de viação. A mim, faz-me lembrar "mamas", "Corporacion Dermoestética" e "Lili Caneças" (com o cuidado de dissociar os conceitos uns dos outros (embora, em certo ponto se toquem (porra, juntar "tocar", "mamas" e "Lili Caneças" já é abusar (oh, merda, "abusar". Agora bem ia um comprimido para o enjoo (foda-se, pára seu animal, já trouxeste o conceito de "gravidez" para a conversa))))) (só para evitar mais confusões). Onde é que eu ia? Ah, sim.
Plastik!

São só colheres de plástico.

(espera lá... "colheres" - "comer" - "mamas"/"tocar"- "Lili Caneças". Foda-se, onde é que eu tinha a cabeça?; hum... "cabeça", hein? (...) [OH GOD!])

quinta-feira, 26 de maio de 2011

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Possível topografia dos lugares interiores #38

38. uma riacho na córnea, um oceano nas comissuras.

Temos o sal, temos o tempo,
temos a luz, temos as pálpebras,
temos toda a astúcia de um jumento
e quase sempre a ironia de um marialva.

Muitos sorrisos para esconder as águas,
a nossa força sempre passou por camuflar
cada pequena fissura nas nossas mágoas,
cada pequeno medo de a jusante hesitar.

Dai ao tempo o tempo para os riachos
tropeçarem nos acidentes da nossas caras
e saibamos nós esconder as comissuras de machos
daqueles oceanos adornados pelas intempéries de tiaras.





Hermenegildo Espinoza

domingo, 15 de maio de 2011

Possível topografia dos lugares interiores #37

37. certidão de óbito do coração em parte incerta.


Um dia abrir-me-ão o peito,
bem a meio do esterno,
e na falta de um coração
serei declarado morto.

Um dia, na falta de um movimento,
por todos considerado perpétuo,
uma certidão tremida e baça:
como tantos, de tanto bater, parou.

Um dia fechar-me-ão o peito,
depois de me declararem morto
e eu quieto, com os olhos para dentro:
foi alguém, doutor, alguém que mo levou.




Hermenegildo Espinoza

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Possível topografia dos lugares interiores #36

36. à espera que não chova nos meatos.


Quem me estraga a felicidade de ser
algo mais que um ponto num plano
são quase sempre os ruídos de fundo
dos meus meatos insubordinados.

Bandidos, eu gosto de chamá-los,
ou compor o sermão infernal
só para que saibam como temo
que chova um dia nos meus meatos
e eu perca a exacta orientação
dos redondos afunilamentos.

Não sinto o perigo de perder
uma réstea de som na minha algibeira
e se confio na inocência da chuva
é porque acredito na rudez do meatos.




Hermenegildo Espinoza