quinta-feira, 30 de abril de 2009

Bachiatari Sensei #3

Gashi miuchi,

Julgo que conhecem pouco sobre mim: ouvem-me falar de outros tempos, dizem que tenho histórias mil para contar, sobre batalhas, sobre o espirito, sobre o mundo, acatam os meus conselhos sob custódia da sabedoria destas barbas brancas e do meu hábito preto espiritual, quais pupilos malditos em formação mais que médica.

Merushi-miuchi. "Um sábio só é sábio quando tem pupilos para o ouvir".

Por isso , meus caros "pseudo-malditos", acho perfeitamente plausível dar-vos a conhecer daquilo acerca do Bachiatari Sensei.

De onde vem o Bachiatari Sensei?



O Mosteiro das Nuvens no Nepal. Um óptimo local para meditação e repouso, com chefes de cozinha monges formados na mais fina escola de hotelaria francesa. É um local recomendado no mapa Michelin e a minha verdadeira fundação de abrigo, onde com o meu suor e trabalho ergui o meu humilde dojo.
Não vos engano, não é fácil chegar até lá, mas é o preço a pagar pelo paraíso.

Sonkei ken Ichibun,

Bachiatari Sensei

Anti-ressaca

Compagni,

bons olhos os vejam Bachiatari e Ubirajara! Antes de mais, desejo ao mestre Bachiatari uma boa jornada para a grande aventura que é fazer o percurso Holanda- Portugal em menos de 24h.


Vou ser breve e conciso, pois parto do principio que o que se segue será de muita utilidade:

Não obstante dos esplendorosos conselhos dos meus compinchas, o anti-ressaca ideal, que não dá chatices, não atrapalha, não é volumoso, blá, blá, blá... é o amoníaco!
Experimentem e verão. Cheirando amoníaco, apanhas sete e não ressacas nenhuma.

Para mais informações, e para satisfazer os vossos pedidos, recorram a:

Ann É Kijj Hoa

Cumprimentos

Pitt

"UbiraQueima"

Caros compinchas! Desde já peço desculpas, pela minha ausência durante algum tempo, mas a verdade é que tive de enriquecer a minha pobre alma com conhecimentos químicos, anatómicos e fisiológicos…
Pois bem… A chamada “Queima das fitas” está mesmo ai… E o que vocês precisam é nada mais, nada menos do que os conselhos deste velho sábio, com experiencia de vida e com muitos ensinamentos mundanos e transcendentes para vos transmitir, desde que abram a vossa pobre alma a mim…
Uma vez tentei realizar uma “Queima das tangas” na minha tribo, mas aquilo foi o maior erro que cometi enquanto chefe dos “Caçadores de Raposas”… O problema foi que os meus súbitos entenderam mal a minha decisão… Quando eu chego ao Queimodromo Tangal e vejo as os elementos femininos do meu povo desprovidos de qualquer veste, roçando-se umas nas outras como umas cobras em época de acasalamento, fiquei … nem sei, pois caí logo para o lado por paragem da bomba que me mantém vivo. Nunca mais irei repetir isso!
Mas isso foi um aparte… O conselho que vos dou é… hmmm… hmmmmmmhmmm….
NÃO BEBAM! Mas isso, embora fosse o suficiente para vos dar a absolvição e entrardes no paraíso eterno, eu sei que é muito difícil… Então digo-vos o que fazerdes quando a vossa mente ficar num estado de absoluta ignorância e ridicularizada… Mas talvez não valha a pena, pois se ficarem nesse estado, as minhas palavras são a ultima coisa que lembrarão…
Mas eu arrisco com a minha coragem indígena!
Basicamente… voltem para casa no primeiro metro que apanharem (tenham o cuidado de não vomitar em cima dos civis), chegam a casa, tomam um banho de agua gelada, bebem meio copo de vinagre, voltam a tomar banho de agua gelada e depois tomam um café muito concentrado e deitam-se na cama… Esta técnica é eficaz para evitar ressacas! Acreditem… é muito usada na minha tribo e ate hoje não falhou…

Leiam o seguinte testemunho da Cajeca Atrevida:
“Antes eu sofria muito com as ressacas… Tinha vergonha de sair de casa e sentia-me mal todo o dia… Agora, com a receita “UbiraQueima” já não tenho esses problemas! Sinto-me bem, saio à rua, e o mais impressionante, é que parece que passei a noite a dormir, embora tenha a passado a beber! Ahahahah!!!!! Obrigado Ubirajara!"

Basicamente era so isso o que vos queria dizer…
Boa Queima para todos, e aos meus compinchas malditos especiais… um grande abraço deste nativo!

Ubirajara Piatã

Devaneios Meditacionais #3

Gu-tenmorugen miuchi,

O dia está desgradável: o vento que sopra certamente descende de Bóreas, violento e frio, a chuva não cessa e as nuvens cinzentas retêm em grande parte essa luz solar que dá cor à Terra. Já percorri muitos caminhos, enfrentei as mais adversas situações por objectivos bem menores que o que hoje tenho em mente. Vesti o meu velho forro interior de pêlo de bivaque, o hábito de Inverno, feito de lã de Lama glama aconcheguei o pescoço com a barba branca que dá pelo peito e calcei as velhas sandálias de couro imerso em banha de porco, impermeáveis.

Nada me demoverá deste objectivo: Comprar os bilhetes para a queima.

Despeço-me, um suculento dhaulagiri sigada devidamente finalizado por um dugdha malahi exige toda a minha perícia gastronómica e preparação mental.

Sonkei ken Ichibun,

Bachiatari Sensei

(Façam pouco barulho para não acordarem o Espinoza)

quarta-feira, 29 de abril de 2009

do espinoza #4

Já em tempos disse isto quando habitava outra casa. Vejo-me forçado a repetir:

Os vizinhos de cima voltaram à animação nocturna. Deu-lhes para isto há coisa de dois meses. Dão-se violentamente um ao outro, todos os dias, desde que descobriram que não podem ter filhos. Na minha inocência pensei que quando um casal se depara com uma situação normalmente considerada trágica como é esta, fica um pouco comedido. Mas como te enganaste, Espinoza! Aquilo serviu-lhes de rastilho. Eu não tenho nada que ver com isso, o problema é que vejo-me obrigado a tentar dormir com a cabeça debaixo da almofada - ela, pelos vistos, é insaciável - durante uma boa hora. Depois, silêncio.

Vou dormir.




Hermenegildo Espinoza

Devaneios Meditacionais #2

Gashi miuchi,

Por motivos de frequência alheios à minha vontade e contraditórios ao meu ser, eu, Bachiatari Sensei, estive ausente. Meus amigos, meus espelhos académicos que percebeis tão bem a dureza destas batalhas, a debilidade das nossas armaduras estilhaçadas por capitulos de Gyuton e folhas intermináveis de Netter's do mais acutilante que há! Qual aço cirúrgico, qual titânio fundido...

"Não há dureza mais dura que a da tinta seca das palavras que não percebes", dizia Ésquilo. Oh sábio Ésquilo...

Viramos a página. Entramos num novo capitulo de estudante/aprendiz/mestre em véspera de queima. Já se ouvem as multidões ao longe, já se sente o cheiro do alcool no ar, dão-se as ultimas pinceladas nas 134286 casas de banho que encherão os queimódromos por esse país fora, para o vómito, o xixi, o cocó e a queca - "O sol já raia e o dia não podia estar mais bonito!"
E porque a vida e os 300 anos de existência pesam em mim, ou talvez tenha simplesmente a mente toldada pela responsabilidade e preocupação que já pesam nestas barbas, vos anuncio um kit de primeiros socorros, versão queima:

- Saco: Para quando estiverem mesmo em agonia do estômago e a pizza fria já não chega para encharcar o alcool que bebem, podem sempre vomitar para o recipiente ideal - fácil de transportar e descartável.
- Chiclets (sabor a mentol recomendado): Disfarçam o hálito a podre/alcool metabolizado de uma noite de perdição e pouca higiene oral. Também funcionam com cheiro a glande/vagina. (Aplicação secundária: Sempre se tem qualquer coisa para mastigar se aquilo for uma porcaria!)
- Muda de roupa: Acreditem, miuchi... Vai ser precisa! Vomitem em vocês próprios ou sejam vomitados por terceiros, convém ter uma segunda hipótese de chegar a casa minimamente apresentáveis. Especialmente se usarem os transportes públicos...
- Amigos sóbrios: Talvez o componente deste kit mais raro, mas mais necessário de todos. Os amigos sóbrios são excelentes acompanhantes: Podem conduzir, acompanham-nos na ambulância, ligam e tranquilizam os nossos pais, impedem-nos de ser violados por predadores sexuais (atenção se fores rapariga, muito a sério!), dão explicações à policia/transeuntes acerca de actos de vandalismo ou atitudes selvagens/imorais/prejurativas que possamos ter, apanham o nosso telemóvel pela 300ª vez nessa noite em que o deixamos cair, afastam-nos da tentação das barracas que nos sorvem a alma em forma de copos de shot, dizem-nos que 20 centimos por cerveja é caro e convencem-nos disso, entre outras vantagens.
- Preservativos. (Não preciso de dizer mais nada, pois não?)
- Bifes de novilho frescos ou Aspirinas - Muitos úteis para a ressaca e permitem a recuperação rápida de noite para noite. Nota: Os bifes não são para comer!
- Lancheira Nestlé/Longa Vida - Deve conter dentro pães, bolos secos, bolachas, enfim... Toda uma infinidade de coisas que permitam a absorção de alcool para aumentar a resistência à bebedeira momentânea. Nota: Não estão neste grupo incluidos produtos lacteos, como iogurtes ou queijo. O conteúdo deste kit é meramente de utilidade absortora do alcool. Produtos de natureza lactea poderão causar desiquilibrios homeostáticos graves e de efeito intestinal imediato. Para mais informações consulte o seu médico ou farmacêutico.
- Manta - Para teres algo para te cobrir quando te sentires a adormecer no chão que pisas. Dizem que vai estar frio...

São as primeiras linhas de todo um kit que vos deixo. Espero sinceramente que seja útil e que faça da Queima das Fitas 2009 o momento oportuno para a mandar umas cadeiras à mer... humm... à santa casa da misericórdia buscar fruta, e deixar fluir todo esse Chi jovem, estudantil e até um pouco maldito, devidamente misturado com o alcool do momento.

Uma excelente Queima.

Sonkei ken Ichibun,

Bachiatari Sensei

segunda-feira, 27 de abril de 2009

H1N1


Há alguns dias que corre mundo uma noticia, para alguns, avassaladora, e, para outros, fascinante.
Por um lado, avassaladora, porque quem quer que seja que se queira ver imune a essa praga não passa despercebido, em virtude do uso de um filtro de café com mini-suspensórios a cobrir as vias respiratótias. Mesmo assim, ainda corre o risco de ser afectado!
Por outro, fascinante para todo aquele que ama a ciência e sente uma grande excitação pelo colossal passo (quiça, salto!) que a ciência viveu, como produto deste virus. Na verdade, a Taxonomia, essa ciência que coloca carimbos na testa dos seres vivos-pura presunção de Lineu-, foi apadrinhada pelo H1N1. Não é verdade que este virus, para além de revolucionar o mundo, revolucionou a Teoria da Evolução das Espécies? Pensava-se que homens e galinhas partilhavam um antepassado comum (tirando as penas....Ah, e o bico!...as asas). Entretanto, o H1N1 veio abater as evidencias dadas pelo H5N1: "Não, não! Infecto porcos e humanos!" ... Muita controvérsia é encontrada no seio da comunidade cientifica. Contudo, uma coisa é certa: humanos e porcos, não só são muito semelhantes anatomica e fisiologicamente, como partilham um antepassado comum. Eu diria "antepresente" já que, na linha do tempo, são muito próximos um do outro.
E para que conste, eu sou dos tais que se fascinam!
AH! E também tenho o carimbo de " porco maldito" na testa - até o próprio Lineu já o sabia.
Para humano não me falta muito...
Pitt

sábado, 25 de abril de 2009

Imagiologia (quase) médica #2





Uma sátira à minha especialização. A acupunctura. Essa mitíca técnica de aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo produzindo efeitos de circulação de sangue, relaxamento, entre outros. Há quem diga inclusivé, e daí a imagem, que esta técnica ajuda a treinar para impressionar fêmeas frequentadoras assíduas de bares e que gostam de rapazes certeiros no dardo. Não reitero, não desminto. Apenas digo que o cartoon pouco cartoon me faz lembrar as nossas primeiras aulas práticas. Não pelos dardos, mas pela metáfora entre a pontaria destes e a precisão de aplicação das agulhas. Tenho dito.

Sonkei ken Ichibun,

Bachiatari Sensei

terça-feira, 21 de abril de 2009

Imagiologia (quase) médica #1


Descrição: o paciente encontra-se na posição anatómica descritiva, isto é, na posição ortostática com o membros superiores, nomeadamente o antebraço (onde se vislumbra apenas um osso em vez dos normais cúbito - ulna para os mais modernos - e rádio) em supinação. De salientar as inúmeras anomalias bem visíveis, mas, em relação a isso, deixo-vos todo o tempo do mundo para se entreterem a encontrá-las.



Hermenegildo Espinoza


malditos, quem quiser adicionar mais à lista, deve, repito, deve fazê-lo

sábado, 18 de abril de 2009

Gira-discos #2



Radiohead - Knives Out

Melodias psicadélicas. Capazes de arrancar dos nossos ossos as vozes que deixámos adormecer. Vida e morte, amor, línguas que se falam sem nenhuma das compreensões. Nós, sempre nós. E na noite surge a pergunta: o que separa o dia da noite assim como o nosso corpo dos outros? E a resposta quase sempre: vida e morte, amor, línguas que se falam sem nenhuma das compreensões.



(Há quem os considere a melhor banda do mundo. Não serei eu a refutar isso.)


Hermenegildo Espinoza



quarta-feira, 15 de abril de 2009

Ajuda do Sensei #1

Tomei a liberdade de abrir um cabeçalho só dirigido a este problema, caro colega. Prender-se-à maioritariamente esta razão com o facto de ser a única maneira que vejo de lhe projectar a imagem que terá sido esboçada da sua reconstrução facial. A todos os seguidores e aos restantes colegas malditos o meu pedido de desculpas dado que este tópico deveria aparecer como resposta ao post do meu caro colega Galli Pitt.

Portanto, caro colega e amigo Pitt, de facto julgo não ser de nós o mais dotado de competências para o ajudar. A minha área é mais centrada nas terapias orientais e ortopedia do que propriamente na área reconstrutiva de tecidos. Não obstante, e porque prezo a sua amizade e companheirismo, tomei a liberdade de cobrar um favor a um colega egípcio especializado na área em questão e que por sorte a sua me devia um favor por uma ocasião que se veio a revelar feliz em que o pus inconsciente impedindo-o de cometer o maior erro da sua vida - casar com a Júlia Pinheiro.
Bom, com a objectividade que exige a profissão e o dramatismo que exige o momento lhe digo: Trabalhámos, avaliamos todas as perspectivas da maneira mais empenhada possível, nunca ligando a custos, pois vossa excelência merece certamente o melhor, mas somadas todas estas parcelas, as perspectivas podiam ser melhores.
Ainda assim, alegre-se! Há que explorar alternativas e recolher segundas opiniões: "O leão só caça o elefante, quando tem a certeza que os gnús já migraram"

Com a maior estima,

Sonkei ken Ichibun

Bachiatari Sensei

Bachiatari Sensei #2

Gashi miuchi,

Sinto-me na necessidade de partilhar convosco um pouco da sabedoria fisica que aprendi ao longo da minha velha existência.

"- Porquê Bachiatari Sensei, porquê?"

Porque o mundo lá fora, meus pequenos tufos da nova relva que brota na Primavera, já não é o que era. Já não há honra na palavra do Homem, nem segurança assegurada em lugar nenhum.
Anatomicamente, o nosso corpo é um poço de mobilidade, agilidade e força. "A potência não dita a vitória, mas a inteligência com que tratas o teu inimigo fá-lo-à. E o Mestre nunca subestimará o pupilo", foram as palavras do Grande Mestre Kwahn, um dia.
Partilho convosco uma arte de defesa que quando treinada é tão veloz e ágil como o positrão que atravessa o reactor nuclear sem os físicos suspeitarem. Baseada na projecção, a arte do Aikido permitir-vos-à todo o controlo do inimigo, armado ou não.



Lembrem-se, eu estarei sempre a zelar por vós!

Sonkei ken Ichibun,

Bachiatari Sensei

cirurgia #1



Malditos





Informo que, devido ao meu "envolvimento" no terramoto de Áquila, fiquei um pouco desfigurado. Como tal, à moda da famosa obra "ceci n'est pas une pomme" de Rene Magritte, eu diria que ceci n'est pas (jamais) une Galli Pitt.





Cordiais cumprimentos





PITT, Galli

terça-feira, 14 de abril de 2009

i miei giorni

Caríssimos

Há muito que cá não punha os pés. Ou melhor, os olhos e as mãos, para ser mais preciso. E é mera coincidência manifestar-me precisamente no mesmo dia que o mestre Bachiatari, não pensem lá que andei a vaguear com ele lá no monte chau min ou qualquer coisa que se pareça.
Pois bem, se gostam de ser vidinhas, oiçam lá:
(Não é que eu sinta necessidade de justificar a minha ausência, no entanto o que se passou tem de ser relatado aos malditos!)
Meus amigos, modéstia à parte, eu sou uma autêntico herói: SALVEI UMA VIDA, no terramoto em L'Aquila -a minha. Estava eu numa visita de estudo (à região anterior ao sacro duma das minhas amigas "helénicas italianas " de Áquila) quando fui surpreendido, não pelo terramoto, mas por um indivíduo que ia jurar ser o Cluni. (Pudera! Este indivíduo supera a velocidade da luz quando vê uma rapariga jeitosa.) O facto é que, garanhão como é, deixou-me ali plantado, sozinho, levando o meu material de estudo. Praguejei, recorrendo à doutrina grega: se aquela helena desse à luz, do dito Cluni, resultaria um filho, jamais uma filha! (as mentes malditas doutas certamente entenderão a agressividade desta praga). E o Cluni permaneceria na ignorância. Porém, não sei porque carga de água, quando estou deprimido solto cólicas catastróficas. E que peidão foi aquele: a terra vibrou a uma magnitude 6,3 na escala de Richter. Fiquei soterrado nos escombros! Tentei replicar aquele peidão para me salvar e, na verdade, os media anunciaram pelos menos 10 "réplicas" (é isto que chamam à minha réplica de peido).No meio de tanta azáfama e esforço, perdi a conta e sobrevivi.
E todo esse esforço para estar vivo no dia de hoje, um dia pelo qual vale a pena viver, o dia dedicado à razão da minha mísera existência: il giorno del caffè.
Se não fosse o dia de hoje, acreditem, mais teria valido morrer!

Nota:
estou consciente da minha falta de consideração, usando uma linguagem inapropriada. Porém, nada posso fazer. O meu super ego foi afectado, no decorrer do cataclismo causado por mim.

Malditas desculpas

Pitt

Devaneios Meditacionais #1

Gashi miuchi,

Antes de mais, sinto-me no dever militar, espiritual e pessoal de agradecer a essa pequena grande comissão pela atenção dada à nossa humilde causa maldita. Para ser sincero, eu já tinha presenciado este momento no topo do Monte Shima enquanto em meditação, mas o destino é coisa incerta e meditar com cólicas é muitas vezes susceptível a desvios. Em todo o caso, merushi-Coimbra.

Segundo ponto da ordem do dia; Eis que tenho estado ausente, caros amigos. Pelos mais variados motivos se deve esta ausência pouco maldita, mas maioritariamente pela incompreensão de uma ciência que talvez tenha nascido para ser incompreendida, ou somente compreendida por tão poucos e que deixa os meus cabelos da barba em pé. Refiro-me a esse núcleo restrito de maçónicos da Quimica, aos quais abro o meu espirito na tentativa de que me emprestem esse bocado pendurado de conhecimento que para vós é sujidade, mas que acolheirei como o néctar divino que orientará a minha mão durante um dado momento de tensão comum a que os ocidentais chamam de frequência. (Pausa para meditação)
Ditado nepalês diz: "Nem mesmo os que respondem à esfinge têm a destreza de responder à Quimica". Por razões óbvias assim será. Só para elucidar e dramatizar aquilo a que me refiro, a esfinge era algo semelhante a uma quimera que lançava enigmas aos que queriam passar no seu território. A resposta correcta dar-lhes-ia a passagem, a resposta errada concedia-lhes uma última visão - os seus dentes esfomeados. Vejam então o que a Quimica fará aos demais mortais - a liquefação cerebral quase instantânea daqueles que não têm estrutura cognitiva suficiente para sustentar um raciocínio tão complexo; por outras palavras, sopinha de meninges.
Não vos maço mais. De facto, desejo-vos melhor sabedoria quimica que a minha. Caros aprendizes de malditos, oremos: "Anatomia que estais nos céus, santificados sejam os vossos atlas, venham a nós as vossas peças anatómicas, sejam ossos do crânio ou ossos do pé. Vós, que à beira de quimica sois tão simples, que nos motivas no curso em que estamos e que com ele tens minimamente que ver, entra-nos na massa cinzenta para que as gincanas corram bem. Amém"

Para aqueles que gostam de Quimica, não se sintam ofendidos. Adorava ser como vocês, nobres guerreiros. Dou explicações de Kung-Fu e Muai Thay em troca de Quimica.

Sonkei ken Ichibun,

Bachiatari Sensei

Exercício de imaginação da realidade e ética médica

Vamos fazer um pequeno exercício de imaginação:

Comecem por imaginar um país desenvolvido e civilizado como, por exemplo, a Suécia. Agora imaginem um homem sueco que seguisse a doutrina neo-nazi. De seguida, imaginem que esse homem matava, aparentemente sem arrependimento, outro homem. Por fim, imaginem que esse mesmo homem, para todos os efeitos um assassino, conseguia ser admitido, mais tarde, numa prestigiada faculdade de medicina.


....


Já imaginaram? Então, leiam pelos vossos olhos a realidade, nesta notícia do Expresso:


"Que qualidades são indispensáveis num médico? Essa questão ganhou recentemente nova acuidade quando foi notícia que um assassino tinha conseguido ser admitido no curso de medicina de uma prestigiada universidade sueca.

(...)

Os comentários da comunidade médica, na Suécia e noutros países, têm-se inclinado no sentido de achar inadmissível que Svensson se torne médico. Não é só o facto de o princício e dever básico da profissão consistir em salvar vidas. A medicina implica uma relação de confiança. Que confiança pode um paciente ter num médico que sabe ser neo-nazi, e mais do que isso, assassino? E mesmo que não o saiba a respeito de um médico concreto, o facto de haver médicos que são reconhecida e admitidamente assassinos poderá criar uma suspeição geral."


Leiam, meus caros, e, quanto mais não seja, reflictam um pouco sobre isto em vez de perderem os serões com as novelas da TVI (se for o caso).


Hermenegildo Espinoza

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Outros médicos malditos #1

Caríssimos colegas malditos,

Não sei se terão disposição para ler isto uma vez que estamos em tempo de férias (e aproveito para vos avisar para não se encherem de comidinha maléfica, voltam depois ao activo e é ver o número de Low Density Lipoproteins a aumentar. Falo, especialmente, para o Cluni e para o Pataca que são uns belos garfos), mas sou forçado a vir aqui reconhecer uma enorme gentileza de que fomos alvo.

A Comissão da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) 2008-2014 referenciou-nos com toda a estima, como podem comprovar aqui. Daqui do clube vai o nosso agradecimento óbvio. É bom constatar que as misérias que vamos escrevendo aqui não caem em saco roto. E ainda mais por verificarmos que, por um lado, ostentam no cabeçalho do vosso blogue uma frase do nosso Supra-Sumo do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (o que dá logo para estabelecer uma empatia saudável) e, por outro, por agradavelmente ter verificado (eu, o Espinoza) que o espírito maldito não falta por aí e também anda à solta.


Finda esta troca de galhardetes, restam duas notas: a primeira é para a interpretação que se pode fazer no post referido, em que a caríssima presidente da comissão, insinua (sem mal nenhum, diga-se) que nós somos estudantes que assinamos com nomes falsos. Até pode ser verdade, porém, eu pelos meus colegas não posso falar, se recuarem ao início do blogue verificarão que eles é que descobriram que em tempos me formei em medicina e me convidaram para este blogue, pelo que a única coisa que nos liga é termos frequentado ou ainda frequentarmos essa grande instituição que é o ICBAS (se bem que sou acusado frequentemente de ser um alter-ego de um sujeito qualquer, mas se aqui o Espinoza não existe, quem é o homem que, todos os dias ao final da tarde, passeia pela Livraria Lello, passando depois pela Praça dos Leões e que se senta a ler nos jardins da Cordoaria? raios, agora fiquei com uma dúvida existencial!). A segunda nota tem que ver com uma evento importantíssimo que se aproxima: a inevitável Queima. O Jorge Cluni - como podem ver pela sua fotografia, é o mais mulherengo de nós - não se tem calado com a ideia de irmos todos juntos a Coimbra. Para ele, dizem as más-línguas, tal como um muçulmano que deve ir a Meca pelo menos uma vez durante a vida, também um estudante que se preze tem de ir à Queima de Coimbra. Talvez nos vejamos lá, talvez.


Forte abraço para Coimbra e cumprimentos malditos,



Hermenegildo Espinoza

quinta-feira, 9 de abril de 2009

do espinoza #3

É a vida, Freitas.


O bom de ficar acordado até tarde, neste prédio onde moro, é poder ver, quase como se tratasse dos melhores lugares da primeira fila, assaltos ao vivo. Ainda há dias, um indivíduo não muito alto roubou no parque de estacionamento lá em baixo, perante o meu sorriso rasgado, o carro do Freitas do décimo andar. Não me importei: o Freitas é daqueles bêbados que chega a casa e bate na mulher. No dia seguinte, quando saiu para o trabalho, a ressaca soube-lhe ainda pior.




Hermenegildo Espinoza

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Um esclarecimento

Meus amigos, fui avisado em boa hora pelo Galli Pitt que este sujeito, por algum motivo estranho (talvez os pais dele têm, tal como os meus, um mau-gosto para nomes tremendo), possui o nome de Espinoza e anda a enganar o meio-mundo que me conhece (leia-se: três ou quatro pessoas). Das duas uma: ou o artigo se refere mesmo a um tal Espinoza equatoriano que, pelo que se diz, pode vir a jogar pelo Glorioso, ou, então, é sobre a minha pessoa. Se for esta última opção (o que é possível, não me venham chamar arrogante ou convencido, aqui o Espinoza português é das pessoas mais humildes que existe, tão humilde que, acreditem, tem medo de falar em público para não perturbar o silêncio) aquele texto jornalístico está cheio de calúnias. Ora vejamos:


- começando pela nacionalidade: equatoriano é que eu não sou, nem tão moreno como o sujeito referenciado na fotografia do artigo, sou um caucasiano luso dos puros, isso vos garanto;


- também está lá escrito, a dada altura, que o meu contrato acaba em Junho e que tenho propostas da Alemanha e Espanha. Mentira meus amigos, mentira. Não só não tenho contrato com nenhuma entidade (a não ser a Zon), como não pretendo abandonar o meu Porto durante as próximas décadas que me esperam;


- a única coisa que ainda tem uma ponta de verdade é o título: é que eu, o Espinoza, quero realmente o Benfica, mas quero o Benfica campeão lá para o final da época.

Posto isto, resta-me agradecer ao Galli Pitt por me ter aberto os olhos para esta situação calamitosa, em que, sem mais nem menos, alguém se presta a denegrir a minha imagem que, por si só, nunca foi de interesse para os outros.



Hermenegildo Espinoza

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Devaneios do Ubirajara Piatã #3

Quero escrever alguma coisa... Mas faltam-me as palavras... Quero exprimir-me, mas falta-me a coragem... É assim o paradoxo que existe na alma deste médico maldito, que vive fazendo referências ao passado, invocando grandes heróis, que vivem apenas na sua mente, mas que morreram para todos os outros através do esquecimento. Também não quero perder-me no caminho do esquecimento, mas ao mesmo tempo também não quero vangloliar-me de górias alcançadas, vividas e desejadas. Ser médico maldito, é viver nisto, é querer acabar com uma sociedade de ironias, uma sociedade de utopias, querer formar uma sociedade realista. É unir ao sentido de humor uma crítica, um alerta... E isto que escrevi para aqui, não faz qualquer sentido, mas o que querem? Faltam-me palavras... e o que interessa realmente é que leram até aqui. Foi um minuto a pensar nos médicos malditos, em vez de o passar a pensar na morte da bezerra. Esta é a essência de uma alma maldita! As coisas que não se faz ao som de José Cid...

Não se dêem sequer ao trabalho de comentar este devaneio, que mais parece ... nem sei!

Dedicado a todos os meus camaradas malditos...

Ubirajara Piatã

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Agradecimento ao aviso

Caro Pitt... Gostaria de lhe agradecer do fundo do coração o alerta que me deu. Isto só mostra a estima que tem por mim... Mas posso dizer-lhe que as majestosas penas que eu uso não são de pato, mas sim de águia, uma águia que eu cacei quando ainda tinha 3 anos... É comum na minha tribo ficar com a recordação de uma caça vitoriosa, tal como aconteceu comigo...

Cumprimentos aos malditos

Ubirajara Piatã

quarta-feira, 1 de abril de 2009

ALERTA

Caríssimos, é urgente contactar o Ubirajara! Constatei que esse nosso compincha usa penas no cabelo! Se forem de pato, é bem provável que a sua vida esteja por um fio! Quem conseguir contactá-lo, via telepatia, já que a tecnologia ainda não está suficientemente avançada no ramo das comunicações nas amazónias, por favor, avise-o!

Passo a citar: " Penas de pato apresentam concentrações de DDT muito acima da média!"

O efeito directo é a "descalcificação dos ovos". Caso isso aconteça, a espécie Indius Amazonae desaparecerá!

Nota: na amazónia não existem bancos de esperma!

Cumprimentos aos malditos

Pitt

do espinoza #2

publicado originalmente aqui.

Devo reiterar que não moro sozinho. Isto de ter um pouco de medo de multidões, das pessoas em si, em nada apaga a necessidade de contacto com outros seres. Tenho cinco gatos: o Tolstói, o Eça, o Asimov, a Christie e o Saramago. Evidentemente, não são uns gatos quaisquer. Parecidos no aspecto, diferencio cada um pela gradação: do branco Tolstói ao negro Saramago. Todos têm o seu feitio particular. Apenas o Asimov me chateia, de vez em quando, com as suas tendências futuristas.

(vai uma menção de agradecimento à cara Athena - o nome, penso eu e para o meu próprio bem-estar, não poderá significar outra coisa que não seja a deusa grega da sabedoria - que, num post mais em baixo, enquanto cumprimentava os malditos do clube, não se esqueceu de referenciar os meus bichanos)



Hermenegildo Espinoza