segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Uma outra causa para a Imunodeficiência seguido da diferença entre Thailand e Taiwan

Foi publicado um artigo interessante no New England Journal of Medicine, no final do mês de Agosto (em acordês, os meses ficam minúsculos, mas eu mantenho o respeitinho desde Janus) não só por razões estritamente científicas, mas também de enquadramento geográfico, o que beneficia até os desafortunados de ignorância, na qual incluo este frágil homem que insiste em crer que Hermenegildo Espinoza é um bom nome para se dar a um filho. Esta capacidade do texto científico - o bom texto científico - é a de comunicar entre as várias áreas do saber, onde uma dúvida num artigo de investigação clínica do âmbito da imunodeficiência pode, digamos, esclarecer as dúvidas geográficas (e diplomáticas - como o imbróglio Assange-cidadão-australiano-fechado-na-embaixada-equatoriana-em-Londres-com-mandado-de-detenção-sueco-e-com medo-da-extradição-posterior-para-os-Estados-Unidos-da-América já nos iluminou, pois com pequenos lapsos se erguem conflitos) esclarecer as dúvidas, dizia, entre a distinta existência de Thailand e de Taiwan, estados soberanos e independentes, não sendo, portanto a mesma coisa. Mea culpa.
Quanto à ciência, o referido estudo (ler mais aqui e aqui) constatou a presença de uma síndrome (principalmente infecções oportunistas com micobactérias não-tuberculosas) em tudo idêntica à da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, com a pequena curiosidade de essas pessoas não estarem infectadas. Concluiu-se que a causa era autoimune: um auto-anticorpo contra o Interferão-gama, importante citocina tanto na acção da imunidade inata como na adaptativa, principalmente na sinalização das infecções por vírus ou bactérias intracelulares.
O estudo foi realizado em hospitais de Thailand (a vulgar Tailândia) e de Taiwan. O resto da lição fica a cargo da professora Wikipedia. Podem ler na diagonal, ninguém se vai importar, nem lá do lado do sol nascente nem aqui no cantinho à beira mar plantado. Andamos devidamente preocupados com o triuvirato e a tristeza dos nossos tesouros nacionais. Haverá algo mais melancólico do que a manchete Cristiano Ronaldo está triste?



Hermenegildo Espinoza

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