segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O crime, o castigo, um enfisema

«- Estes cigarros! - começou por fim Porfíri Petróvitch, depois de ter acendido o cigarro e recuperado o fôlego. - É um malefício, um malefício puro para a saúde, mas não consigo deixar de fumar! Tenho tosse, a garganta irritada, dispneia. Se quer saber, sou medroso, fui há dias ao doutor B..., que examina cada doente meia hora no mínimo; ele riu-se quando olhou para mim: auscultou, deu pancadinhas, não lhe convém fumar (disse ele), tem os pulmões dilatados. Mas como posso largar o tabaco? Substituo-o por quê? Não bebo, é essa a desgraça, ha-ha-ha!, infelizmente não bebo! Tudo é relativo, Rodion Románitch, tudo é relativo!»

Fiódor Dostoiévski, Crime e Castigo.



Hermenegildo Espinoza

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