quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Imagiologia (quase) médica #4


Ora vejam o pobre garoto - sorridente como tudo e com umas bochechas rubicundas que sugerem já uma taxa de alcoolemia superior para ao permitido por lei se for conduzir, o que parece provável - a barbear-se como se não houvesse amanhã! Com a espuma bem distribuída, empunhando a gillette com lâmina segura. Olhem para ele! Ainda há pouco deve ter saído do útero materno e reparem na pinta do sujeitinho. Aposto que ainda nem o esfincter anal controla, para pena dos pais que lhe devem mudar os resíduos tóxicos e pôr um pouquinho de halibut para não queimar a pele do traseiro.
Não, o que me enerva não é este marketing/advertisement (ainda que muito antigo da famosa Gillette) utilizar um bebé como maneira de cativar a clientela. O que me enerva, isso sim, é o raio do miúdo com uma lâmina daquele tamanho não ter sequer um corte na face, enquanto eu ando aqui com cicatrizes na cara, encarando cada barbear matinal como o último da minha vida, não vá eu esvair-me em sangue com a minha agilidade de mãos. Talvez venha daí a minha tendência para deixar crescer a barba. Porquê, meu Deus, porquê?



Hermenegildo Espinoza

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