segunda-feira, 3 de agosto de 2009

"Caso amígdalas"

Caros malditos

(salto a parte em que peço desculpas pela minha ausência, para que a massada seja eliminada “até ao tutano”)

Adiante.
Estes dias as minhas amígdalas deram de si (ou melhor, quase). Na verdade, não sei se por mera coincidência, tudo isto se sucedeu depois da minha tentativa de enriquecer o meu cadastro linguístico, no domínio do castelhano. No final de contas, ser poliglota é deveras um epíteto de virtude (apesar de não ser a línguagem do raciocínio, como disse o nosso amigo Espinoza). Até se consegue caçar piada nas entranhas de um discurso bilingue. Enfim… retomando o “caso amígdalas”. Dado o meu estado, fui ao médico, como qualquer pessoa normal quando está doente faz.
“-Sr. Pitt, o que é que o traz por cá?
- Acho que tenho a garganta inflamada, sr. doutor.
- Em primeiro lugar, sr. Pitt, um doente nunca diz que tem a garganta inflamada. Quem o diz é o médico. O que o doente tem de dizer é os seus sintomas: tenho sentido a garganta mais seca do que o costume, ultimamente; dói-me há já alguns dias…”

Mais conversa, menos conversa, exame clínico por um lado, momentos silenciosos noutros tantos, e o médico deixa escapar por entre o seu bucinador algumas dezenas de decibéis que nenhuma novidade traziam.

“-Você tem uma amigdalite. E mais na amígdala direita, não é?”

Foi preciso todo um discurso de elite, acrescido da etiqueta arrogante de médico, para me ser diagnosticada a amigdalite. Apesar dessa atitude pouco profissional, uma lição devo reter. É que a páginas tantas, aprendi a ser doente. O médico esse, se tirar as gemelas (subentenda-se remelas) dos olhos, pode ser que veja mais longe…
Pitt

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