quarta-feira, 1 de julho de 2009

Bachiatari Sensei #7

Parece que me mudei para a casa errada com o colega de quarto certo.
Dando-vos um toque de um serão de um velho com genica e de um estudante vanguardista, o desenho que terão à vossa frente combinará pizza, consolas, xadrez e, como que por coincidência, a arte da medicina. Pois é. Eis que o teleporte para uma realidade moderna, me trouxe a uma paragem familiar; ancorei navio numa casa especilizada em linguagem maçónica que em tudo me é conhecida, ganhando a oportunidade de enriquecer de cultura uma massa cinzenta ligeiramente poeirenta, interpelando antigos métodos semilógicos de palpação, com a tecnologia e metodologia actuais - convenhamos que as ressonâncias magnéticas, qual mistica da física médica, faz cruzar antigas linhas paralelas da observação terapêutica visceral e da não invasão de tecidos - fabuloso!

Preciso de respirar. (...)

Retomando o rumo da questão, digamos que objectivos comuns e ideais partilhados ajudam no entendimento mútuo. Os serões habituais de aguerridas disputas a grande velocidade e nuvens de poeira do pó de Dakar que só não invadem o espaço morto anatómico das vias aéreas, porque o ecrã da televisão não o permite, dão lugar ao debate de casos clínicos e dissecções de carne de porco, pelo menos na última semana, em tempo de frequência - é aí que o chá impera o seu poder tranquilizante, qual Valdispert administrado em overdose.
E o ambiente podia ser sempre assim, não fosse o mau estado do edíficio a comprometer o sossego entre vizinhos, dadas as inúmeras lacunas parietais por todo ele - entre gritos de socorro de actividade nocturnas depravadas da vizinha de baixo e os roncos do vizinho de cima, isto parece um posto avançado da ala de psiquiatria, do São João.
Valham-nos os peixes, mas acima de tudo o camarão: os primeiros, pelo hipnotizante jogo de cores e o brio que dão à casa e às noites de insónia; o segundo, que pelo bizarro e desconhecido modos operandi sempre arranca uma gargalhada ou um comentário, não mencionando o sadismo ecológico de seus actos necrófagos de quem come os colegas de habitat que perecem.

Bachiatari Sensei

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