56. um amor parkinsónico.
Amor, pedes-me a calma
que este tremor não deixa.
Em repouso,
os membros entusiasmam-se
como os gaiatos bem sabem
quando a paixão depressa é
o maior dos sintomas universais.
Amor, eu vivo rígido,
e procuro-te,
em todos os cantos,
como um bloco dorido,
à medida dos meus sonhos:
sou um atleta de roda dentada.
Amor, eu sei que um beijo
não deve ser tributado,
mas é esta a hora
em que a lentidão do meu corpo
pede a fugacidade dos teus lábios.
Hermenegildo Espinoza
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