24. as rimas de néon arterial.
Penduradas nas casas, descaídas sobre a rua,
deparamo-nos com vastas artérias a vencer as veias
tão pequenas nas noites com este dominó de candeias
a deslumbrar-nos com mais do que uma visão crua.
Encarnado a soprar no breu da avenida,
o casaco esconde mais do que o calor do corpo:
são espectáculos de luz recta em espectador torto,
ecos de uma estância ininterrupta e foragida.
Fiquem a saber que nestas rimas de néon arterial
somos todos um soldadinho de chumbo imperial.
Hermenegildo Espinoza
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