segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Crónicas #1

Crónica da Alheira

Com duas alheiras e um copo de vinho já fazia um almoço.
Mas as alheiras são gentes estranhas que frequentemente não caem bem, ou por defeito do porco, ou por defeito da tripa, que ao ser esticada e enchida com enchido para fazer o enchido final com que se enche o bandulho, acaba por ourar os restos moídos do porco e porco ourado e tonto cai mal. Ou isso, ou são alheiras contaminadas com vírus. E os vírus alheirófilos multi-resistentes a correntes de ar que se encontram nas alheiras são um problema dificil de erradicar. É que o seu segredo não está em factores de virulência, não... O seu segredo está na sua origem: os virus alheirófilos são judeus. E os judeus quando urinam engarrafam a sua própria urina para a venderem depois aos esgotos, porque a urina é deles e eles têm direitos sobre elas. E os vírus alheirófilos fazem o mesmo: negoceiam a sua própria urina com o sistema imune do hospedeiro, mantendo-se em cerradas negociações durante dias ou até meses, até terem a quantidade que pedem, o que, na prática, corresponde a uma greve dos sindicatos de policia, só que dentro do organismo, e o raio do porco moído misturado com pão, fica sem escolta que o guie para saída e anda para ali a ourar até que as negociações cessem. E porco ourado cai mal. Cai mal porque o animal ourado perde equilibrio e noção espacial e anda aos tombos desamparados. Caí aqui, caí ali, parece que não mas faz mazelas. E é que ainda por cima o chão do intestino e estômago sáo rugosos, por isso imagine-se: porco ourado, tonto e aos tropeços como é que não há-de cair? Pois com a ajuda das policias, claro está, que dão a mãozinha ao suíno e o ajudam a equilibrar enquanto sussuram no ouvidinho peludinho: "levanta lá o pé que aqui tem uma ruga. E ali à frente tem outra. Já está quase. só faltam três metros."
Mal por mal, mais vale não comer alheira.

B.S.

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