Está um calor tão grande dentro das paredes de minha casa que tanto eu como os meus gatos transpiramos sufocadamente. Quase diria que escorre um rio de suor que se equipara ao caudal do Douro, permitam-me a hipérbole em tudo desnecessária. Convém avisar que escrever perante um calor tão intenso não é fácil, com os neurónios a dar de si. Ficamos amorfos e torna-se árdua tarefa vir aqui ao clube, que suponho que tenha ar condicionado (se tal não acontecer teremos de colocar o assunto na ordem de trabalhos do clube para os próximos tempos). De modo que arrastei-me para o computador convicto de que não possuo um assunto audaz para explanar. Denotem que a vida de um maldito, com as devidas nuances, também passa pelos dias sem objectivos, daqueles imersos na pasmaceira plácida de não fazer nenhum. Enfim, nestes ciclos ventilatórios intermitentes, vou experimentar a sesta, que há quem diga que faz bem e recomenda-se. Estou mole o bastante para me estirar no sofá da sala a dormir, na esperança de que surja algum assunto. Se tal não acontecer sempre dá para ir passear na zona da Ribeira ou ir observar os pavões nos jardins do Palácio de Cristal "pavoneando-se" (veja-se aonde chegou a pobreza deste post acéfalo) para os turistas pasmos de máquinas fotográficas em riste. Ou então enfio os meus gatos todos na banheira e dou-lhes um banho valente para refrescar-lhes o ânimo. Admitamos, também precisam.
Hermenegildo Espinoza
Sem comentários:
Enviar um comentário