quarta-feira, 6 de maio de 2009

Quase eterna nostalgia de um passado que jamais voltará a ser presente

Estava quieto em casa, na pasmaceira de um dia tórrido, a ler a minha poesia obrigatória de Mário Cesariny. Em cada verso vinha-me ao pensamento a memória de um passado que, por imposição das vicissitudes do tempo, jamais voltará a ser presente. E, digamos, por muito que se apregoe uma dureza de sentimentos tão cáustica nos homens, verdade é que as imagens do meu passado académico vieram encher-me de uma cefaleia saudável (perdoe-se a contradição).
Na janela de minha casa erguiam-se os gritos do cortejo. Fui invadido por uma descarga de adrenalina (epinifrina para quem é adepto do Guyton). Dirigi-me ao armário do meu quarto e peguei nele: o meu traje académico que guardo religiosamente. Vesti-o e dilui-me no meio da multidão.
Procurei logo o carro desse grande ICBAS (já alguma vez disse o quanto essa casa é magnífica?) e encontrei-o rapidamente. Ao início apoquentei-me, deparei-me com um indício trágico para o cortejo que os esperava, como podem ver no registo fotográfico abaixo apresentado



Foi apenas uma curiosidade macabra, se bem que estive cinco minutos compulsivamente a rir-me. Porém, tudo seguiu a ordem natural das coisas e lá estavam eles todos bonitinhos




Depois, seguiram o caminho deles, a minha vida já não é isto. Fiquei quieto novamente, a observar os vários poemas da paisagem. E diria que fui um pouco feliz.






Hermenegildo Espinoza



Nota: é imperativo não gozar com a qualidade do fotógrafo e da fotografia

1 comentário:

  1. Meu caro Hermenegildo Espinoza!
    As lagrimas ate me vieram aos olhos ao ler este texto. Uma das maiores almas que Biomédicas ja teve! Estaras sempre no coração da nossa maravilhosa faculdade!
    Ave!

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