Estava eu ontem a meio do meu jantar - jardineira de soja para os mais curiosos (sim, no que concerne à arte gastronómica não me posso queixar) - enquanto via televisão. O Eça, o Asimov, o Tolstói e o Saramago vagabundeavam pela casa, quais gatos malditos divertindo-se pelos compartimentos da casa arejada. Já todos tinham jantado e andavam a digerir a comida com um pouco do exercício instituído por mim, pois o Eça e o Tolstói - gatos donos de uma criatividade e hábitos dignos de um séc XIX cheio de abusos alimentares - andavam a ficar, admito, obesos. Deliberei, prontamente, um calendário de exercícios semanais e, portanto, lá andavam eles a correr pela casa, atrás de um rato mecânico que comprei há dias numa loja de usados. A Christie, gata prendada que é, assim que se viu de barriga cheia, subiu para o meu colo e permaneceu quieta a dormir enquanto eu degustava a refeição.
A novidade assomou quando, ao mudar de canal na televisão, me enganei, talvez por culpa dos meus dedos grossos, e aterrei na TVI, ainda para mais no Telejornal de sexta-feira. Só o simples facto desta constatação deve ser alvo de acusações, e desde já me declaro susceptível a qualquer constatação por parte dos meus pares do clube ou de um(a) estimado(a) leitor(a).
Perante os meus olhos, já de si cansados de um dia de trabalho e pouco tolerantes, intrometeu-se a cara da MMG (abreviatura para aquela criatura Manuela Moura Guedes que me deixa perplexo na tentativa de deslindar se é mesmo uma humana ou uma criação artificial tal como o Frankenstein da Mary Shelley). Pelos vistos estava a entrevistar o Bastonário da Ordem dos Advogados, de seu nome Marinho Pinto. Ora, ausentei-me por instantes para ir à cozinha buscar água e, quando regressava pronto para enfiar a TV num qualquer outro canal que não fosse lixo, deparei-me, eu e os meus gatos que pararam logo a correria, com isto:
A novidade assomou quando, ao mudar de canal na televisão, me enganei, talvez por culpa dos meus dedos grossos, e aterrei na TVI, ainda para mais no Telejornal de sexta-feira. Só o simples facto desta constatação deve ser alvo de acusações, e desde já me declaro susceptível a qualquer constatação por parte dos meus pares do clube ou de um(a) estimado(a) leitor(a).
Perante os meus olhos, já de si cansados de um dia de trabalho e pouco tolerantes, intrometeu-se a cara da MMG (abreviatura para aquela criatura Manuela Moura Guedes que me deixa perplexo na tentativa de deslindar se é mesmo uma humana ou uma criação artificial tal como o Frankenstein da Mary Shelley). Pelos vistos estava a entrevistar o Bastonário da Ordem dos Advogados, de seu nome Marinho Pinto. Ora, ausentei-me por instantes para ir à cozinha buscar água e, quando regressava pronto para enfiar a TV num qualquer outro canal que não fosse lixo, deparei-me, eu e os meus gatos que pararam logo a correria, com isto:
Não apreciava até agora a constante guerrilha deste homem por uma justiça mais imparcial, acusando sem nomes e deixando muitas acusações que faz, ainda que pertinentes, sem clareza. Mas é indiscutível que o que ele fez, durante a entrevista de ontem, é de um heroísmo cada vez mais raro e cada vez menos reconhecido: dizer, simplesmente, a verdade a quem deve ouvi-la. Todos murmuravam nas ruas a ignomínia que é aquele jornal, um atentado à passagem da informação clara, onde se deturpa e ataca, como cães raivosos, e em nome de uma imparcialidade disfarçada (travestida como bem lhe chamou, há tempos, o nosso primeiro-ministro). Junte-se-lhe também a voz esganiçada do Vasco Pulido Valente, e temos os ingredientes para um cruzada pelo mundo tresloucado onde a ordem dos trabalhos descamba, não raras vezes, para o enxovalhamento público. Pode-se refutar com o argumento de que o bastonário enveredou por uma peixeirada digna de comparação com as senhoras do Bulhão, o que é verdade (se bem que, para quem viu tudo, ele foi apelidado de bufo pela senhora), mas, saliente-se, disse aquilo que eu diria à MMG se a visse à minha frente, enquanto a persuadiria a doar, posteriormente, o seu corpo à ciência, só para me certificar que o Frankenstein não é uma aberração única.
Hermenegildo Espinoza
Alter Ego, espero bem que, no meio da arrogância e petulância que demonstras, se fores um indivíduo de corpo físico extra-clube, e não vindo da cabeça de um dos meus colegas, espero, repito, que pelo menos sejas mais bonito que a Manuela Moura Guedes. Ao menos isso!
Caro Espinoza,
ResponderEliminarMando cumprimentos a esses cinco felídeos. Aos obesos, recomendo a sua dieta de soja ou até um pouco de seitan, quem sabe. Nunca pior. Por decerto acabará por equilibrar esse indíce LDL/HDL tão esclarecedor sobre possiveis situações de exagero de deposição lipidica; o exercício dessa pobre alma mecanizada que o animismo insistirá em personificar e que teima em fugir de cinco eriçados substancialmente maiores que ele, tratará de exercer a devida função de personal trainer.
Sonkei ken Ichibun
Dignissimos,
ResponderEliminarem primeiro a minha humilde manifestação de apreço e gratidão pelas palavras que me foram dirigidas.
Em segundo o meu comentário a este caricato e degradante combate.
Quase que se adivinha o que corre pelas veias do dignissimo bastonário da Ordem dos Advogados, perante incontrolável manifestação de descontentamento. Isto, ilustres pseudo-médicos é o sangue da justiça.
(Apenas com animus jocandi, que bem lhe faziam a soja e o seitan que esses gatos ociosos anseiam.)
Em tempo de crise dá-se pão e circo ao povo, assim entretidos não haverá sede de revolta contra os senhores do poleiro, que tão bem cantam de galo.
Numa tentativa frustrada de entretenimento, esta senhora, por sinal licenciada em comunicação social e inscrita na respectiva Ordem, vive convencida que é idolatrada e que estamos todos ansiosos para assistir de bancada aos seus ataques com animus laedendi.
O Exmo. Bastonário assistindo aos golpes desferidos contra seus honrados colegas, não controlou o seu alter ego, afinal “est modus in rebus”, e feriu sem piedade a dita senhora jornalista.
Penso que chegará as vossas mãos, qual samaritana apedrejada, com seu ego sangrando, tamanha é a ferida do seu orgulho.
Não se comovam. Sementem ut feceris, ita metes.
Cordiais saudações.