33. o homem que nos pedia para dizer trinta e três.
O biombo arrastado
quase de todo o tamanho
fechava-nos o espaço
e o homem pedia:
- diga trinta e três.
Se me ouvia
mais do que eu sabia
a ignorância era a minha,
e o tórax escavado
às vezes acanhado,
respondia, envergonhado:
- trinta e três.
Os anos que se condensaram
nas escavações do meu peito
fizeram-me crer em algum jeito
ou até algum secreto desígnio
de ser eu o meu próprio sacrifício
e aceitar a vulnerabilidade
dos que se apresentando frágeis
deixam a minha vulnerabilidade
reencontrar neles a integridade
e para isso eu peço hoje:
- diga trinta e três.
Hermenegildo Espinoza
O biombo arrastado
quase de todo o tamanho
fechava-nos o espaço
e o homem pedia:
- diga trinta e três.
Se me ouvia
mais do que eu sabia
a ignorância era a minha,
e o tórax escavado
às vezes acanhado,
respondia, envergonhado:
- trinta e três.
Os anos que se condensaram
nas escavações do meu peito
fizeram-me crer em algum jeito
ou até algum secreto desígnio
de ser eu o meu próprio sacrifício
e aceitar a vulnerabilidade
dos que se apresentando frágeis
deixam a minha vulnerabilidade
reencontrar neles a integridade
e para isso eu peço hoje:
- diga trinta e três.
Hermenegildo Espinoza