domingo, 24 de maio de 2009

#7





Sabem o que é isto, malditos? Provas.

Provas de que a minha própria entidade tem o seu próprio Alter Ego. Reparem nos números... Dada a pouca resolução, eu ouso dar-vos uma mãozinha... Na zona a seleccionado para escrever aparecem somente os números "#1, #2, #3, #5". Quatro post's da minha autoria.

" - Peta...! Tu postaste 6 pontos, ó Alter..." - dirão os mais cépticos.

Não postei. Apesar de esconder a minha cara pelo mistério e o sadismo de vos ver esturricar de curiosidade, não pretendo reclamar aquilo que não é meu. De facto e se repararem, a escrita tem traços um pouco díspares, quando comparados os meus post's aos da autoria desse plagiante amador.

Desengana-te, ó infernal entidade que tentas virar a ponta do meu sabre contra mim. Jamais derramar o meu "sangue" à tua custa, eloquente perdedor. Não estou bem certo das tuas intenções, mas sabendo que decerto não serão melhores que as minhas te digo: Está à vontade.

A subtileza do meu texto é o segredo para me descobrirem e a chave para abrirem o cofre certo; É a tecnologia de ponta, o scan retinal, a electroforese que distingue as maneiras como eu e esse ignóbil cobiçador pegamos nas canetas.

Sorrio-te, contudo. É meu mui nobre gosto dedicar um pouco do meu tempo a essa escrita - escreves bem. Denoto uma similaridade imbatível entre essa eloquência "à Lobo Antunes" e a certeza expressa nos números votados pelos que me caçam. O que quero dizer, é que para além de dissipares as atenções acerca da minha verdadeira identidade, fazes a bússola apontar na direcção certa. Sim, "Velho do Restelo", é a ti que me refiro.


Dirigindo as minhas palavras àqueles que a metáfora faz ouvir e deixando para trás algumas charadas, digo-vos que a chatice pegou mesmo em casa do Melo. De facto, pegou e despegou. Isso mesmo. O senhor doutor está de malas feitas rumo ao hotel e a mulher está desfeita em lágrimas no sofá depois de ter ido deitar os filhos.


"- Parece um saco de ossos o homem, não achas ò Lisa?"

"- Saco de ossos? Já nem o quinto Valdespert nesta meia hora lhe segurava a mão no bloco. Uma vergonha... Então o homem faz a incisão e deixa a mulher ali aberta com a cesariana a meio para ir fazer uma chamada?"

"- Jura... A administração que saiba!"

"- Já souberam. Sorte a dele o Águas ser amigo dele. Se fosse outro qualquer tinha-lhe mandado um chuto no cú, mas ele lá intercedeu pelo homem e disse para o dispensarem uns dias para férias, que ele precisava de descansar a cabeça, e lá lhes explicou a situação. E tu sabes como ele sabe ser persuasivo! Aquele homem..."

"- Um santo! Um santo e bem charmoso por sinal... Pena ser casado. Olha sorte a dela, que destes não se arranjam por aí aos tombos (...)"


Isto ouvi eu enquanto esperava que o café saísse na máquina. Sentia um misto de alívio e uma certa simpatia de causa pelo homem. Ainda bem que não fui eu que o denunciou. De facto, agora que penso nisso, ninguém sabe. Estranho. Bom, há-de chegar-lhe a lição. Que aprenda a tratar os outros sem desdém. Nos dias que correm, ainda por cima no S. João em que a lei da bala está há anos em voga e não se perdoa nem uma calcadela despropositada, ele estava à espera de quê?

Raios te partam, Melo.

De qualquer das maneiras, um já está. Oportunismo e pena à parte, é assim que as coisas são. A névoa que oculta a vinda desse D. Sebastião está a dissipar e quanto mais cedo despachar o outro, melhor. Esse sim, é que é desprezível. Ser humano ranhoso que espalha a putrefacção social onde passa. O típico nerd aplaudido de pé a cada congresso a que vai mas tão socialmente degenerado e egoísta que não me admirava que andasse dentro da câmara hiperbárica no passeio, se pudesse, só para ninguém disturbar o seu mundo científico.

Pobres dos doentes.

Mais um dia de insaciante correria havia chegado ao fim e estava pronto a regressar à base. Isso pensava eu.

Acontece que aquele sacana daquele motorista insistiu em contrariar o conselhos e formação que teve, evitando as horas de paragem obrigatória que a lei obriga para "não atrasar o serviço" segundo dizia na imunda reportagem que esse tal "não sei como mas sou próspero" canal passou insinuando que a culpa "podia ser do condutor do veículo ligeiro, que estava à duas noites seguidas de banca no Hospital S. João como enfermeiro de serviço". Pois claro que estava. Soubessem eles a afluência de hipocondríacos que achava que tinha a gripe suína às urgências desde há duas semanas para cá...

Mas a minha infelicidade e frustração não se debatiam principalmente com isso. Não.

Depois de desencarcerado do meu Scénic versão caixa de fósforos embutida na traseira do reboque daquele pesado de condutor ignóbil, reza a história que a hemorragia interna com lesão do baço e pulmões, as três costelas partidas e as fracturas úmeral e pélvica das quais fui vitima, foram devidamente reparadas na mesa de operações desse tal Roger "Morte Social". É verdade. Estou numa cama de hospital. E numa que pertence à sua jurisdição.

Chegou o momento de deixar de ser ateu.


Alter Ego

3 comentários:

  1. Ahah! Eu sabia que o último post não tinha sido escrito por ti! Tenho mesmo olha para a coisa!

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  2. ...que reviravolta, Alter!

    Mais um dias e transformas o blog num "Tardes da Júlia"

    saudações, intruso

    Pitt

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  3. Bom, parece que efectivamente obti a resposta à minha pergunta, de qualquer maneira. Admito que estou algo desiludida. >.> Mas enfim.

    Dois hackers, então? Interessante. Devia ter prestado mais atenção.

    Duvido que alguma vez este blog desça ao nível das "Tardes da Júlia", tal coisa é quase impossível... ou pensando melhor... nunca se sabe. >.> Veremos.

    Boas noites, senhores.

    Harpya

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