quinta-feira, 21 de maio de 2009

#6

Admirável, Pitt, admirável.

Che chiuse, consenso.
O teu voto ao silêncio faz-me pensar que te atingi lá no fundo, que interferi com o eixo eléctrico do teu coração, cuja amplitude varia arbitrariamente. Impressionante, Pitt, impressionante.

"Arbitrário"!? Não parece palavra para o teu sangue positivista. Como permites que o teu coração se sujeite ao acaso? Enquanto positivista que és, não deverias admitir tal coisa!

Desiludes-me.

Se por um lado, a tua fé inabalável crê na quantificação dos erros como caminho para a Verdade (e assim crê, consequentemente, que a quantificação dos meus erros desvendará a minha essência e identidade), por outro, és derrotado pelo motor da tua própria vida e por um simples acaso. É isso que sou Galli, a voz do acaso ao serviço de um corpo arbitrário que vive num mundo paralelo.

Até Newton o dizia: "consigo calcular o movimento dos corpos celestes [...] mas não a loucura das pessoas." Como te atrevés a ser louco e a quantificar o imensurável? É evidente que, só quando te voltares para o transcendente, e deixares de ouvir as "promessas" de Laplace, de que as leis naturais são absolutas e universais, te tornarás consciente do que não sou. A partir daí, "até a porca torce o rabo."

Deixa de praticar o culto desse deus científico, que é pigmeu. Segue antes a filosofia agorafobiana ou de mestria, como modo de vida, ou simplesmeste lida com a natureza. Não julgues nunca vir a conhecê-la na sua totalidade. Viste algum maldito que se atrevesse a dissertar sobre o "pós frequencia" kijau? Se te keres tornar mais fútil, xis!

Alter Ego

8 comentários:

  1. "Se te keres"? "Keres"? Algo não bate certo.

    Este blog prometia um pouco de Medicina,um pouco de devaneios, um pouco de tudo... Já há algum tempo que não tenho lido Medicina, nem sequer um pouco de tudo... E os devaneios do Alter Ego já roçam no aborrecimento...

    ResponderEliminar
  2. Cara myself,

    Recebemos-te na nossa casa de braços abertos.
    No entanto, há algo que precisas de entender: estamos em tempo de conflito virtual e em tempo de trabalho na vida real. Criamos o blog como modo de distração e de cultura. Modo de troca de informação e de relaxamento. Acima de tudo, não fazemos dele a nosssa vida, ou prioridade. A frase de recepação que o blog ostenta, não é uma estipulação prévia de assuntos, muitos menos uma meta. Não fazemos deste blog uma receita em que combinamos a mesma quantidade de assuntos para no final da semana termos isto bonito.
    Passa-se que somos 6 malditos. Todos com vida própria num curso em tudo exigente. O blog é o nosso escape e fazemos dos dedos as penas com que passamos para o "papel" aquilo que meditamos, o que inventamos, o que nos sai na altura, o que planeamos. Decerto farás o mesmo, cara camarada de "armas".

    Relativamente ao Alter Ego, a discussão é intra blog. Se o mundo bloguer se sentir incomodado, que passe para o post seguinte, que decerto existe.
    Temos por máxima ser acima de tudo educados e respeitar todos os outros, aceitando criticas e moldando o blog até o ajustarmos À perfeição. Mas é também a NOSSA perfeição. Não é isso mesmo em que consiste um blog, afinal? Repara que se só escrevessemos aquilo que gostasses de ler, um outro "Myself" alertar-nos-ia para a mesma situação que tu se calhar.

    Esperamos sinceramente que a nossa escrita te continue a agradar e apelamos à tua presença, assim como à dos outros, mas como bloguer que és certamente terás a percepção que é o nosso mundo que é exposto, não o dos outros. E sim... Decerto terás lido um pouco de tudo, ainda que aches que a Medicina não...

    Respeitosamente, e em nome dos Médicos Malditos.

    ResponderEliminar
  3. Grandes palavras usa aquele que se faz conhecer como Alter Ego, através das quais parece obter prazer ao confundir e provocar o caos a partir do interior da associação em que anonimamente se infiltrou. Não que este assunto me diga respeito, longe disso. Mas há já algum tempo que assiduamente leio os posts dos Malditos e... Enfim. A curiosidade é mais forte, e se matar o gato, a satisfação o trará de volta. Tenho apenas uma pergunta que gostaria de ver respondida:

    Porquê?

    Para quê tudo isto? E porquê a anonimidade? E o que suscitou a vontade de realizar tais actos? Ou é isto tudo apenas fruto do desejo de obter um qualquer prazer perverso em levar a cabo uma espécie de vingança menor mas aparentemente bastante disturbadora para os afectados?

    Tenho de admitir que estou terrivelmente curiosa.

    ResponderEliminar
  4. Olá, cara ANÓNIMA!

    Muito obrigado pela sua assiduidade no que respeita ao blog, é muito bem vinda.

    Indo directamente ao assunto... A tua questão permanece no ar e perdurará até que o Alter Ego se revele. Na verdade, partilho da tua curiosidade e faço a mesma questão que tu: "porquê?"... Como se esta não bastasse, vou mais longe: " quem será"? Estamos todos nas mesmas circunstâncias, acredites ou não! Além do mais, por incrível que pareça, a mística do Alter Ego ultrapassa il frontiere da blogosfera!

    E mais, mesmo que soubesse as razões que o movem, não revelava. Entre as muitas razões, posso dizer-te, certamente, que a anonimidade dos comentários é uma delas. Se não for pedir muito (e não falo só para ti, já que temos recebido uma algaraviada de comentários anónimos), assinem os vossos comentários. Aquele(a) que não revela a sua identidade (ou até mesmo pseudo-identidade, quiça?), não é digno de ser dono da verdade!

    Com todo o respeito

    Pitt

    ResponderEliminar
  5. Boas noites (pelo menos no momento em que escrevo), caro senhor Pitt.

    Suponho que para os Malditos a identidade do Alter Ego seja efectivamente a questão mais importante. Mas enfim, de nada serviria perguntar-lha mais uma vez, não é verdade? Foi por isso que cedi à tentação e acabei por pôr a questão que me andava a mordiscar aqui o cérebro com curiosidade cada vez que lia mais um post de Alter Ego - tendo em conta que esta é uma pergunta que provavelmente será inofensiva e terá resposta? A menos, suponho eu, que também revelasse algo fatal para a anonimidade de Alter Ego, caso este seja realmente alguém pertencente aos círculos de relações sociais dos Malditos, o que penso eu não ter sido ainda efectivamente verificado. Mas como para além de ler os posts e remoer no meu canto com curiosidade nada mais tenho feito, não posso falar muito com risco de cair em erro ao mencionar algo que já foi discutido, ou mencionado, ou verificado, ou dito, etc, etc, etc.

    Reconheço a lógica e a legitimidade do ponto sobre a anonimidade dos comentários - portanto aqui estou eu a desfazer-me do nome "anónima". Costumo ser chamada Harpia, se bem que Harpy é mais usado. Perdoem-me a inglesice, mas os meu habitat virtual é internacional e é por esse nome que sou mais conhecida, se bem que penso não ser um nickname assim tão raro como isso, antes pelo contrário.
    Para não ter de escolher entre uma e outra língua, misturei as duas e este nome com que agora assino servirá.
    Uma vez que não me conhecem pessoalmente e eu não vos conheço a vós, outro nome seria absolutamente inútil.
    Talvez agora seja merecedora da minha resposta, senhor Pitt? ^^

    Respeitosamente,

    Harpya

    ResponderEliminar
  6. Boas noites, cara Harpya

    Vejo que agora já falamos a mesma língua, partilhamos um código comum. Congratulo-me com essa tua atitude.

    Tudo começou quando acordei as 2h00 da madrugada e vi-me em plena "Guerra Fria"...
    Como já disse, o Alter Ego transcende a identidade virtual (ou não transcende, ainda não sei!) O certo é que a busca da sua verdadeira identidade tem sido insaciável, ao menos para mim. Tanto que a estas horas ainda ando a patrulhar o blog...Certamente, aí em Portogallo, são por volta de 1h da noite. Cá em Itália,já tarda. E, efectivamente, na fase pré-alter ego isto não acontereia com certeza. Garanto-te.

    O que descobri até agora é que o Alter Ego, além de parecer bipolar, é um santo Graal.

    Peço desculpa por dar-te uma resposta tão vaga, mas não se encontra ao meu alcance uma resposta mais objectiva.
    Convido-te a fazer patrulha ao blog, juntamente comigo. Um passo em falso dado pelo Alter Ego ...et voilá!

    Cordiais cumprimentos

    PITT, Galli

    ResponderEliminar
  7. Cordiais saudações médicos malditos,

    lucrum unibus est alterius damnum. Os vossos devaneios, quase propositados; os relatos misturados com um pouco de médico, um pouco de estudante, um pouco de louco, por esta mesma ordem, deliciam por causa justa e provocam um riso maldoso, quando se começa a imaginar serões de acesas conversas. Uma busca de intelectualidade encoberta por minuciosas expressões de louco e de génio, que denunciam o vosso entusiasmo na luta pelo bisturi. Uma jornada de emoções é o que se vai assistindo aqui e ali, em algumas palavras vossas. Um prenúncio do destino que começam a trilhar.
    Os médicos devem ser pessoas de rara sensibilidade, artesãos de emoções, profissionais capazes de enxergar além dos sintomas.
    Nunc bene navigavi, cum naufragium feci, e aqui está a vossa sentença, a qual o nome deste blog faz jus. A medicina não é escolhida, é ela que escolhe...e aqui nasce a vossa maldição.

    “Todo processo é julgado pelos advogados antes de sê-lo pelos juizes, assim como a morte do doente é pressentida pelos médicos, antes da luta que estes sustentarão com a natureza e aqueles com a justiça.”
    Balzac

    ResponderEliminar
  8. Nunca em anos, caras Atena e Harpya, me senti forçado a desfazer-me do hábito como agora. A razão é simples: Manda a conduta religiosa que sigo, que aquando da interpelação informal desse alguém feminino, seja despido o hábito, símbolo andrajosamente religioso e obviamente inoportuno para a ocasião. Mas não estou nú, não temam. Só não passo a referir a indumentária porque ainda tenho mais vergonha dela do que se de facto estivesse realmente nú.
    Bom, o motivo: Estou fascinado. Quase encantado, diria.
    Supondo que sejas portuguesa, Atena, ou que pelo menos "tenhas uma costela portuguesa" - penso ser a expressão que um desses apresentadores de programas de entretenimento usou um dia destes -, curvo-me perante essa escrita lusitana que citando ou fluindo naturalmente, perfuma um post desse senhor não proclamado mas sempre presente, aparentemente.
    Remato referindo somente que ser médico poderá ser de facto uma maldição. Só o tempo o dirá. Mas nada tirará a aliança quase de sangue forjada sob os olhos de 6 recentes amigos, que estando em Itália, no Japão ou em Portugal, consagrarão esta elite maçónica, e quem dela quiser fazer parte, levando-a sob a sua alçada, a cada passo para o hospital, a cada quilometro para ter aulas. Já percorri muitas guerras e lutei ao lado de muitos camaradas eternos. Jamais deixarei de reconhecer os novos cavaleiros que galopam ao meu lado, nesta nova aventura: "O leão nunca deixa para trás o Clã. É ele que os protege, mas são os outros que o nutrem e que lhe dão uma razão para lutar."
    Louvo-te o gosto pela escrita e a arte de tão bem escrever. Aplaudo a tua interpretação com um sorriso mistamente maldito e orgulhoso, ciente de que o partilhas enquanto percorres o blog. Reza a lenda que um dia irás ter às nossas mãos, ainda que a ironia do destino provavelmente não nos permita identificarmo-nos como "conhecidos".

    Cara Harpya, é sempre bom ter mais alguém com quem partilhar o café à noite, na tentativa de iluminação desse rosto que teima em aparecer. Esguio, por certo. Acabará por aparecer. Apadrinhada por Pitt, sente-te em casa, por favor. Tens bolachas no armário e leite fresco no frigorífico.

    Rejuvenescido por esta breve conversa, volto a vestir o hábito. Acabarei o serão em meditação.

    Com toda a amizade e respeito

    ResponderEliminar